
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou neste domingo (20) que não pretende renunciar ao mandato, mesmo após passar os últimos quatro meses licenciado e morando nos Estados Unidos. A licença de 120 dias, conforme previsto no Regimento Interno da Câmara dos Deputados, chega ao fim neste domingo. Caso não retorne oficialmente às atividades parlamentares, o deputado pode ser alvo de processo de cassação por faltas.
Durante uma live nas redes sociais, o parlamentar, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que poderá continuar com o mandato “pelo menos por mais três meses”.
“Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, declarou.
Investigação no STF
Eduardo Bolsonaro é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta articulação com o governo dos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras, inclusive ministros do Supremo, e tentar barrar investigações sobre tentativas de golpe de Estado em 2022, caso no qual Jair Bolsonaro é réu.
Na mesma transmissão, Eduardo criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, e ironizou a suspensão de vistos para ministros do STF durante o governo de Donald Trump. Ele ainda disse que postagens e entrevistas suas estão sendo incluídas no processo:
“O cara que se diz ofendido, ele junta no processo o que eu falo nas redes. É ele que vai me julgar. Então, você da Polícia Federal que está me vendo, um forte abraço. A depender de quem for, está sem visto”, ironizou.
Defesa da anistia a Bolsonaro
Eduardo também defendeu a anistia ao pai, ex-presidente Jair Bolsonaro, e afirmou estar disposto a ir às últimas consequências:
“É para entender que não haverá recuo. Não é para achar meio-termo. Não estou aqui para isso”, disse.
Contexto recente
Na sexta-feira (18), Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). O ex-presidente foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa entre 19h e 6h, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. As medidas foram solicitadas após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar risco de fuga.
O julgamento de Bolsonaro no STF, por sua suposta participação em trama golpista, está previsto para setembro.
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