
(Foto: Caio Tome)
A Vigilância Epidemiológica de João Pessoa (Viep) divulgou, nesta quarta-feira (10), um boletim especial em alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O levantamento reúne dados de 2014 a 2024 e aponta que, no período, foram registradas 5.606 notificações de lesões autoprovocadas e 449 óbitos por suicídio na capital paraibana.
De acordo com o documento, a mortalidade cresceu 112,5% entre homens e 205,5% entre mulheres ao longo da última década. Somente em 2024, foram contabilizadas mais de 680 notificações de violência autoprovocada e 48 mortes. Já entre janeiro e julho de 2025, a cidade registrou 18 óbitos e mais de 630 notificações.
A gerente da Vigilância Epidemiológica, Danielle Melo, destacou a importância do monitoramento das ocorrências. “A tentativa anterior de suicídio é um importante fator de risco, por isso é imprescindível conhecer não apenas os óbitos, mas também as ocorrências de tentativas. Assim, podemos desenvolver políticas públicas e assistenciais mais direcionadas para acolher essas pessoas”, afirmou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil e representa um grave problema de saúde pública. Globalmente, cerca de 727 mil pessoas tiram a própria vida por ano, número ainda maior quando consideradas as tentativas.
Para acolhimento em João Pessoa, a rede municipal oferece o Centro de Referência do Cuidado à Vida, localizado na Policlínica de Jaguaribe, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O Pronto Atendimento de Saúde Mental (Pasm), no Complexo Hospitalar de Mangabeira, presta atendimento 24 horas a casos de urgência psiquiátrica. Já as crianças são atendidas no Hospital Municipal do Valentina.
A cidade ainda conta com quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), uma Unidade de Acolhimento Infantil, três residências terapêuticas, além de leitos em hospitais gerais e serviços complementares. Atualmente, 5.730 pacientes utilizam os serviços de saúde mental do município.
O boletim integra as ações da campanha nacional Setembro Amarelo, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, que neste ano tem como lema: “Se precisar, peça ajuda!”.
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