
(Photo by EVARISTO SA / AFP)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (3) que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) seja ouvido pela Polícia Federal no prazo de 15 dias. A medida atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e visa esclarecer se o parlamentar foi influenciado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro antes de depor no processo que investiga a trama golpista contra o Estado Democrático de Direito.
Segundo revelou o Portal Metrópoles, Bolsonaro teria feito uma ligação a Mourão antes de seu depoimento ao STF, ocorrido em 23 de maio, com o objetivo de orientá-lo a reforçar a versão de que o ex-presidente não teve envolvimento nos fatos investigados.
Mourão prestou depoimento como testemunha de defesa de Bolsonaro e dos generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, todos réus no chamado núcleo 1 da trama golpista. À época, o senador afirmou não ter participado ou presenciado qualquer reunião de teor golpista no fim do governo anterior.
Interrogatórios
Além da decisão sobre Mourão, o ministro Moraes marcou os interrogatórios dos oito réus para o próximo domingo, 9 de junho, na sala de julgamentos da Primeira Turma do STF. Os depoimentos serão presenciais, e o primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso.
Em seguida, prestarão depoimento Bolsonaro e os demais réus, em ordem alfabética. O julgamento definitivo que pode levar à condenação ou absolvição dos investigados está previsto para o segundo semestre de 2025. As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Réus do núcleo 1
Os oito denunciados compõem o núcleo central do plano golpista e foram tornados réus por decisão unânime da Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro;
- Augusto Heleno, general e ex-ministro do GSI;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens da Presidência.
Os crimes imputados incluem:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência
- Deterioração de patrimônio tombado
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