
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira (4) que o governo brasileiro não vai ceder às pressões do presidente americano Donald Trump para encerrar processos relacionados ao golpe contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vieira classificou as exigências como “inaceitáveis” e denunciou um “conluio ultrajante” entre brasileiros e forças estrangeiras.
Em discurso no Palácio Itamaraty, durante a celebração dos 80 anos do Instituto Rio Branco, o chanceler adotou um tom mais duro do que o habitual, criticando a campanha promovida nos EUA por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo comentarista Paulo Figueiredo.
“Saudosistas declarados do arbítrio e amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional da República Federativa do Brasil”, declarou Mauro Vieira.
O ministro reforçou que a Constituição brasileira não está em negociação:
“Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis. Nossa sociedade democrática derrotou uma tentativa de golpe militar, e os responsáveis estão hoje no banco dos réus, em processos transparentes e com pleno respeito ao devido processo legal”, afirmou.
As declarações respondem aos ataques de Trump, que recentemente chamou os processos contra Bolsonaro de “caça às bruxas” e impôs sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky.
Vieira, que se reuniu na semana passada com o secretário de Estado americano Marco Rubio, não confirmou novos contatos com Washington. Já o ex-chanceler e assessor especial da Presidência, Celso Amorim, disse não ter informações sobre possível ligação entre Trump e o presidente Lula.
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