
Foto: Divulgação
Pelo segundo dia consecutivo, os trabalhos no Congresso Nacional estão paralisados por ação coordenada de parlamentares da oposição. Deputados e senadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro protestam contra a decisão judicial que o colocou em prisão domiciliar e criticam a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as reivindicações do grupo estão:
- O impeachment de Moraes,
- A anistia dos acusados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro,
- E o fim do foro privilegiado.
Na Câmara dos Deputados, parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG) se revezam para manter a ocupação da mesa diretora, impedindo a realização de sessões. No Senado, o senador Magno Malta (PL-ES) chegou a se acorrentar à mesa, simbolizando resistência.
Apesar do movimento, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos) e Davi Alcolumbre (União Brasil), têm reiterado que não aceitarão negociar “com a faca no pescoço”, sinalizando endurecimento contra a paralisação.
“A gente está ocupando, de fato, a mesa para poder reequilibrar mais uma vez isso”, declarou Nikolas Ferreira.
Impacto na pauta econômica
A paralisação afeta diretamente a tramitação de projetos prioritários, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, considerada essencial pela base governista.
“Parte expressiva do Parlamento está com essa postura de não deixar funcionar o Parlamento. Isso é uma agressão à democracia”, criticou Rodrigo Rollemberg (PSB).
“Vaza Toga” acirra tensão com o STF
Outro fator que alimenta o embate entre oposição e Supremo é a denúncia publicada pelo site Public, apelidada de “vaza toga”. O material traz supostas mensagens de assessores de Alexandre de Moraes em que se organizariam para buscar provas contra presos do 8 de janeiro em redes sociais e grupos de mensagens.
A oposição argumenta que Moraes atuaria de forma parcial e inconstitucional:
“O ministro é absolutamente suspeito nesse caso, daí o problema de ser ao mesmo tempo vítima e seu próprio juiz”, disse Carlos Portinho (PL-RJ).
Procurado, Alexandre de Moraes não comentou o caso.
Centrão dividido
Embora Progressistas e União Brasil tenham sinalizado apoio à obstrução ao não registrarem presença nas sessões, ambas as legendas defendem o retorno ao diálogo e a retomada da pauta econômica.
Governo busca solução com emendas
Diante do impasse, o Planalto articula a liberação de novas emendas parlamentares nas próximas semanas, numa tentativa de apaziguar os ânimos no Congresso e retomar as votações.
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