
Foto: Divulgação
A Polícia Federal deflagrou, recentemente, a Operação Dirty Property no município de Cajazeiras, Sertão da Paraíba. A ação resultou no sequestro de bens avaliados em R$ 30 milhões, entre imóveis, veículos – alguns encontrados em oficinas – e na suspensão das atividades econômicas de três empresas envolvidas em um esquema de lavagem de dinheiro.
As investigações apontam que os criminosos utilizaram uma imobiliária de fachada para ocultar a real propriedade de aproximadamente 20 imóveis urbanos e rurais na cidade. A mesma empresa já havia sido citada em outra operação da PF realizada no ano passado.
O caso chamou ainda mais atenção por ocorrer em um momento de aquecimento do setor imobiliário de Cajazeiras, impulsionado por mudanças recentes no planejamento urbano da cidade. Entre elas, estão a primeira atualização do Plano Diretor desde 1979, além de revisões no Código de Urbanismo e Obras e no Código Tributário. A cidade vem atraindo investimentos, com diversos condomínios horizontais já construídos.
TCU exige mais transparência nos Conselhos de Classe
Em paralelo, o Tribunal de Contas da União (TCU), por meio da Decisão Normativa nº 216/2025, determinou que os Conselhos de Classe em todo o país tornem públicas, em seus sites, uma série de informações detalhadas. A norma exige transparência total nas atividades de fiscalização, incluindo:
- Número de profissionais e empresas com registro ativo;
- Total de fiscalizações, separadas por denúncias e planejamentos;
- Gasto efetivo com fiscalização;
- Resultados obtidos;
- Quantidade de autos de infração;
- Número de denúncias recebidas;
- Processos instaurados e julgados, com detalhamento das sanções aplicadas (advertências, multas, suspensões, cancelamentos, entre outros).
Essas medidas visam fortalecer o controle social e coibir a atuação de empresas fictícias ou profissionais irregulares.
“Dirty Property” e o alerta ao setor imobiliário
O nome da operação, que significa “Propriedade Suja”, refere-se diretamente à estratégia adotada pelos investigados para lavar dinheiro por meio do mercado imobiliário. O caso reforça a urgência por fiscalização mais rigorosa sobre registros profissionais, atuação de empresas no setor e mecanismos de rastreio de atividades suspeitas.
Além de afetar o combate ao crime organizado, operações como essa colocam em risco a credibilidade do mercado imobiliário e exigem maior articulação entre órgãos de controle, registros públicos e fiscalizações urbanas.
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