
No Brasil, o Dia do Quadrinho Nacional (30 de janeiro) é uma data que celebra a riqueza e a diversidade da nona arte brasileira. Desde as primeiras histórias em quadrinhos publicadas no país até os sucessos contemporâneos que conquistam leitores no mundo todo, os quadrinhos nacionais são uma janela para a criatividade, a crítica social e a identidade cultural do povo brasileiro.
Precisamos citar o paraibano Mike Deodato Jr.:
Deodato se tornou quadrinista influenciado pelo seu pai, Deodato Borges, que lhe ensinou a desenhar e foi quem lhe apresentou primeiramente os trabalhos dos mestres Will Eisner, Burne Hogarth e outros. Seu pai, era jornalista, radialista, roteirista além de quadrinista, criador de As Aventuras do Flama, surgida nas novelas de rádio em 1963, o personagem foi um dos primeiros a aparecer em revistas em quadrinhos publicadas no Nordeste brasileiro.[1]
Aos 15 anos, em fins da década de 1970 lançou sua primeira revista independente de HQ de seu personagem, o Ninja, em parceria com José Augusto (roteiro), em formato de fanzine.
Nos anos 80 publica regularmente charges e cartuns em jornais da Paraíba até lançar o personagem “Carcará”, ao lado do pai, duas histórias de ficção científica pós-apocalípticas, 3000 anos depois[2] e Ramthar,[3] ambas foram publicadas na revista Schwermetall,[4] a versão além da revista francesa Métal Hurlant.[5]
Deodato acontece para o mundo depois de desistir do curso de comunicação pela UFPB, e participar do XIII Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, na França. A partir daí, ao mesmo tempo em que trabalha como diagramador e desenhista nos jornais paraibanos, publica trabalhos na Europa (Bélgica, França e em Portugal).
Na década de 1990, desenha Lost in Space e Beauty and the Beast, pelo selo de quadrinhos americano Innovation Comics, sendo estas baseadas em séries de TV. Desenhou ainda Miracleman Triumphant (com Fred Burke no roteiro) pela editora Eclipse,[6] e “Hibrides”, com arte-final de Neal Adams, na Editora Continuity do próprio Neal Adams.[1]
Se tornou conhecido no mercado americano e mais ainda no brasileiro ao desenhar em 1994 a “Mulher-Maravilha” (DC Comics). Antes, em 1992, ele já tinha feito um trabalho para a Malibu Comics (Santa Claws, conhecido como “Noite Mortal” no Brasil). Contratado pela Marvel Comics, ele ilustraria vários heróis conhecidos tais como “Os Vingadores“, “Thor“, “Hulk“, além da revista mensal de “Elektra” dentre muitos outros. Pela Image Comics desenhou Glory, personagem cuja série foi publicada no Brasil pela Editora Abril.[7]
O traço “clássico” de Deodato (como o de contemporâneos como Jim Lee), além de lembrar ilustres antecessores como (Frank Frazetta, Neal Adams e Will Eisner), tem um domínio do claro-escuro digno de nota, seja em preto-e-branco ou colorido.
O traço “comics” de Deodato,[8] apesar de ter a agilidade típica dos quadrinhos norte-americanos, tem influência de grandes desenhistas “comics” como Carmine Infantino, Gil Kane e Sal Buscema, passeia entre a caricatura e o desenho estilizado-realista de artistas mais novos, como George Pérez.[1]
Em 2017, a Mythos Editora publica uma nova versão de Ramthar, escrita por Mike Deodato, com desenhos de Mozart Couto.[9] Em março de 2019, Deodato anunciou o fim de seu contrato de exclusividade com a Marvel Comics, após 18 anos. Seus últimos trabalhos como artista da editora foram em Velho Logan, Thanos e Savage Avengers. Em seguida, divulgou que seu próximo projeto seria um título autoral com o roteirista Jeff Lemire, intitulada Berserker Unbound.[10]
Fonte: Wikipedia

Origens e Pioneiros
A história dos quadrinhos no Brasil remonta ao início do século XX. Em 1905, surgia *”O Tico-Tico”, considerada a primeira revista em quadrinhos brasileira, que apresentava personagens como *Chiquinho e *Reco-Reco. Nas décadas seguintes, nomes como *J. Carlos e Angeli moldaram a linguagem dos quadrinhos, misturando humor, sátira política e representações do cotidiano.
Nos anos 1960, Ziraldo revolucionou a cena com *”A Turma do Pererê”, primeira HQ colorida totalmente nacional, trazendo elementos do folclore brasileiro. Na mesma época, *Mauricio de Sousa dava vida à Turma da Mônica, que se tornaria um fenômeno global, traduzindo o universo lúdico das crianças brasileiras para mais de 50 países.
A Era de Ouro e a Diversificação
A partir dos anos 1980, os quadrinhos nacionais ganharam novas camadas com obras adultas e autorais. Henfil (com *”Os Fradinhos”), *Laerte e Lourenço Mutarelli trouxeram críticas sociais afiadas e experimentações gráficas. A graphic novel *”O Beijo Adolescente”, de Marcelo D’Salete, e a obra **”Daytripper”, dos irmãos *Fábio Moon e Gabriel Bá (vencedores do prêmio Eisner, o “Oscar dos quadrinhos”), consolidaram o Brasil no cenário internacional.
Cena Contemporânea: Inovação e Resistência
Hoje, os quadrinhos brasileiros vivem um momento de ebulição criativa. Autores independentes usam plataformas digitais e crowdfunding (como o Catarse) para publicar HQs que exploram temas como diversidade, mitologia indígena, distopias e memórias pessoais. Destaques recentes incluem:
- “Castanha do Pará”, de Gidalti Oliveira, que aborda questões LGBTQIA+ na Amazônia.
- “Quadrinhos dos Anos 10”, antologia que reúne vozes da nova geração.
- O sucesso de “Cripta do Tutu”, de Fabio Zimbres, misturando terror e folclore.
Editoras como *Mino, *Veneta e Comix Zone apostam em trabalhos autorais, enquanto eventos como a Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) e a CCXP promovem encontros entre fãs e criadores.
Desafios e Oportunidades
Apesar do crescimento, os quadrinhos nacionais ainda enfrentam obstáculos, como a concorrência com produções estrangeiras e a distribuição limitada. Porém, iniciativas como o Prêmio Jabuti de HQs e projetos educacionais que usam quadrinhos em escolas reforçam o valor da arte sequencial como ferramenta cultural e pedagógica.
Como Celebrar?
- *Leia HQs nacionais: Explore obras de autores como **Marcelo D’Salete, *Ana Luiza Koehler ou Rafael Coutinho.
- *Apoie autores independentes: Visite feiras como a *QUAAK! (SP) ou a Feira Guia (RJ).
- *Compartilhe nas redes: Use a hashtag *#DiaDoQuadrinhoNacional para divulgar seus quadrinhos favoritos.
Conclusão
Os quadrinhos brasileiros são mais do que entretenimento: são espelhos da nossa sociedade, guardiões de histórias e sonhos. Neste 30 de janeiro, celebrar o Quadrinho Nacional é reconhecer uma arte que resiste, reinventa-se e inspira. Como diria Ziraldo: “O Brasil é um país de muitas cores, e os quadrinhos são sua tela.”
Viva os quadrinhos brasileiros! 🎨
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