
A vacina contra a chikungunya, doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e conhecida por causar dores crônicas nas articulações, deve ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em breve. A previsão é de que a autorização ocorra nos próximos dias ou semanas, segundo Gustavo Mendes, diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos da Fundação Butantan.
O imunizante, produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva, já foi submetido à Anvisa e passou por todas as etapas de revisão. “Esperamos essa aprovação em breve. Sabemos que se trata de uma questão crítica e a vacina já está pronta”, afirmou Mendes em entrevista ao R7.
Em 2024, a chikungunya causou 214 mortes no Brasil. Somente em 2025, já foram registrados 11,8 mil casos prováveis, com três óbitos confirmados e outros 12 em investigação, conforme dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.
Ao ser questionado sobre a possibilidade da vacina oferecer proteção contra o vírus zika, Mendes descartou essa hipótese, mas ressaltou que o instituto também estuda o desenvolvimento de um imunizante específico para essa arbovirose. A infecção por zika pode causar sintomas leves, como febre e dor de cabeça, mas, em casos mais graves, está associada à Síndrome de Guillain-Barré. Em gestantes, o vírus pode levar a abortos espontâneos e microcefalia nos fetos.
Após a submissão à Anvisa, o órgão tem até 60 dias para aprovar, solicitar informações adicionais ou rejeitar o pedido. Caso a autorização seja concedida, a vacina poderá ser comercializada na rede privada — incluindo laboratórios, farmácias e hospitais — e, futuramente, poderá ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), tornando-se disponível na rede pública de saúde.
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