
O Secretário de Saúde de João Pessoa, Luiz Ferreira, classificou como “descabido” o projeto de lei apresentado pelo vereador Guga Moov Jampa (PSD), que propõe a implantação de ponto eletrônico a cada duas horas para médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital. A declaração foi feita nesta segunda-feira (10), durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, do Sistema Arapuan de Comunicação.
Críticas ao projeto
Segundo Luiz Ferreira, a medida pode prejudicar o trabalho dos profissionais de saúde, especialmente durante atendimentos e procedimentos médicos que demandam mais tempo.
“O projeto obriga o médico a registrar ponto a cada duas horas, o que é completamente inviável. Um profissional pode estar em um procedimento prolongado ou em um atendimento emergencial. Esse tipo de exigência gera constrangimento e não contribui para a melhoria dos serviços. Precisamos garantir presença e qualidade no atendimento, mas sem marginalizar uma categoria que trabalha incansavelmente pela saúde da população”, argumentou o secretário.
Outro ponto criticado foi a proposta de proibir o uso de celular durante o horário de trabalho, tanto para médicos quanto para equipes de enfermagem.
“Isso seria um grande retrocesso. O celular é uma ferramenta essencial para consulta de informações médicas, diluição de medicações e tomada de decisões seguras. Impedir esse uso é voltar ao tempo das pedras. Enquanto eu for secretário, esse projeto não será implementado. Confio no bom senso dos vereadores para rejeitá-lo”, concluiu Luiz Ferreira.
O que prevê o projeto?
De autoria do vereador Guga Moov Jampa, o projeto de lei estabelece a obrigatoriedade do ponto eletrônico a cada duas horas para médicos das UBS de João Pessoa e a proibição do uso de celulares durante o expediente. A proposta será debatida nos próximos dias na Câmara de Vereadores.
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