
A situação na República Democrática do Congo (RDC) continua a se deteriorar, com recentes ataques a várias representações diplomáticas, incluindo a Embaixada do Brasil, em Kinshasa. O Itamaraty expressou “grave preocupação” com os incidentes e assegurou que os funcionários da embaixada brasileira estão seguros. A nota destaca a violação do princípio de inviolabilidade das missões diplomáticas e enfatiza a responsabilidade do governo congolês em proteger essas instalações e seu pessoal. O governo brasileiro também reiterou confiança de que o Congo tomará medidas para controlar a situação.
Além disso, o Brasil já havia se manifestado anteriormente sobre a escalada da violência no leste da RDC, especialmente em Goma, onde ataques a tropas da ONU e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral resultaram em mortes. O Brasil, que contribui com 22 militares para as missões de paz na RDC, expressou sua solidariedade e preocupação com os efeitos dessa violência.
No leste do país, o grupo armado M23 conquistou o controle de Goma, após uma ofensiva que resultou em mortes e destruição. A cidade, rica em recursos minerais essenciais para a produção de tecnologia, especialmente ouro e minerais usados em baterias de veículos elétricos, está no epicentro de um conflito que dura mais de 30 anos. A região, incluindo áreas como Rubaya, responde por uma parte significativa do fornecimento global de tântalo, mineral crucial para os Estados Unidos e União Europeia.
Em resposta, o Conselho de Segurança da ONU pediu a cessação das ações ofensivas do M23 e destacou que o grupo, alegadamente financiado pelo governo de Ruanda, está violando o cessar-fogo de um processo de paz. A ONU ainda reafirma seu apoio às negociações em curso entre a RDC e Ruanda, mediadas por Angola, e reforça que esses avanços territoriais do M23 complicam os esforços para alcançar uma solução política duradoura e pacífica para o conflito.
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